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Além das Marcas: Uma Reflexão Sobre Streetwear e Saúde Mental

Esse tema nunca esteve tão em alta e não é a toa que se tornou um dos principais assuntos no mundo atualmente

Hoje, mais do que nunca, vivemos em um mundo onde a competição, a busca incessante por padrões estéticos e a idealização de vidas "perfeitas" parecem dominar a paisagem social. Esse fenômeno afeta cada vez mais pessoas, e o impacto se estende para áreas inesperadas, como o universo do streetwear.

Como um sneakerhead apaixonado e alguém que usa muletas devido a uma condição física, me vejo imerso nesse contexto. Meus tênis favoritos, como o New Balance 550 e os Vans Old Skool, são mais do que apenas calçados - eles são uma expressão da minha personalidade e estilo.

No entanto, o streetwear no Brasil está tomando proporções cada vez maiores, principalmente entre crianças e adolescentes de 13 a 18 anos. Embora seja encorajador ver a nova geração abraçando esse movimento, não podemos ignorar as consequências negativas.

O que me preocupa mais é a confusão entre o estilo de vida do streetwear e o consumismo desenfreado, alimentado pelo "hype". A ideia de que para pertencer a esse mundo é preciso ter isso ou usar aquilo é perpetuada por uma nova geração de influenciadores. Muitos deles não se importam com o impacto de seus discursos e ações naqueles que os seguem. A idolatria por essas figuras só torna as coisas mais complicadas, uma vez que o que eles propagam nem sempre corresponde à realidade.

A moda urbana é vendida como algo reservado a certas marcas e a pessoas de determinado status social. Isso é absurdo e demonstra uma falta de compreensão do que realmente significa fazer parte de uma cultura que vai muito além do hype e da revenda. Essa abordagem superficial contribui para a exclusão e a competição, seja com base em classe social ou poder aquisitivo.

As consequências disso são graves, especialmente para os jovens que se inspiram nesses "ídolos". Lembro de como a pressão para me encaixar nas expectativas sociais era esmagadora quando eu era mais novo (Ela existe até hoje). Essa pressão é ainda mais intensa para os adolescentes de hoje, que estão passando por transformações pessoais e intelectuais.

Este é um assunto importante, e não quero ser visto como alguém que só reclama. Se você se identifica com o que estou dizendo, não se iluda com a imagem projetada nas redes sociais. Muitas pessoas estão atrás de curtidas e atenção, sem se preocupar com o impacto real que têm em sua vida. Isso não é inveja; é a verdade.

Não sou um guru ou coach, mas algumas dicas podem ajudar:

  • Cerque-se de pessoas genuínas que se importam com seu bem-estar.

  • Tenha cuidado com a busca excessiva por curtidas nas redes sociais.

  • Não mude quem você é para se encaixar em um grupo.

  • Lembre-se de que você é mais do que suas posses materiais.

  • Sua vestimenta é uma expressão pessoal, não um padrão a ser seguido.

  • A jornada para o sucesso não é instantânea; tenha paciência.

Espero que esse texto ajude a lembrar que somos mais do que nossos perfis virtuais e que a saúde mental é fundamental. Marcas e tênis da moda não farão diferença se não estivermos felizes conosco mesmos.